*por Isabela Tosta Ferreira
Essa semana me reuni com a Tahnee para conversarmos sobre o artigo e encaminharmos algumas das nossas ideias, especialmente em relação aos possíveis objetos de pesquisa, ou seja, os documentários selecionados.
Nós estamos particularmente interessadas nas questões de gênero e nas relações entre mulheres produtoras, roteristas ou diretoras e homens retratados nos documentários.
Contudo, também pensamos na possibilidade de falar apenas de narrativas de mulheres e sobre mulheres, trabalhando com questões como raça e etnia, e questões indígenas.
Até agora essa é a lista de documentários que nós filtramos e cogitamos selecionar:
- “Que Bom te ver Viva” (1989) / Ex-presas políticas da ditadura militar brasileira relatam o que passaram e como sobreviveram. O filme intercala os depoimentos com monólogo ficcional performado pela atriz Irene Ravache.
- “Bixa Travesty” (2018) / Documentário aborda a trajetória da cantora transexual Linn da Quebrada e ainda acompanha a cena musical produzida por artistas trans. Direção: Claudia Priscilla e Kiko Goifman
- “Teko Haxy – Ser Imperfeita” (2021) / Documentário retrata a amizade entre uma cineasta indígena e uma artista visual e antropóloga não indígena, através da troca de vídeo cartas entre elas. Direção: Patrícia Yxapy e Sophia Pinheiro.
- “O Caso do Homem Errado” (2018) / Júlio César de Melo Pinto, o operário negro que foi executado em Porto Alegre pela Polícia Militar, nos anos 1980. A história do jovem é contada através de depoimentos como o de Ronaldo Bernardi, o fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido, o da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil. Direção: Camila de Moraes. Roteiro Camila de Moraes, Mariani Ferreira. Elenco: Ronaldo Bernardi, Juçara Pinto.
- Incompatível com a vida, de Eliza Capai. A partir do registro de sua gravidez, Eliza Capai conversa com outras mulheres que tiveram vivências parecidas com a sua, criando um potente coral de vozes que refletem sobre temas universais: vida, morte, luto e políticas públicas.
- Racionais MC’s, de Juliana Vicente. Com seus protestos em forma de música, o lendário grupo de rap Racionais MC’s transformou a poesia de rua em um movimento poderoso no Brasil e no mundo. Acompanhe sua trajetória de glória e luta.
- As Minas do Rap, de Juliana Vicente. Através de artistas como Negra Li e Karol Conka, é narrada a vida de mulheres ligadas ao hip hop e o histórico feminino dentro do movimento.
- Marighella, produzido por Andrea Barata Ribeiro. Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Carlos Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lúcio, policial que o rotula como inimigo público do país.
A partir dessa lista acredito que possamos fazer uma boa seleção para uma análise comparada 🙂