*por Isabela Tosta Ferreira
Para a a escrita do artigo, estou revisitando textos que abordam questões de gênero. Já tinha feito esse movimento para a seleção de mestrado neste ano de 2023, mas a releitura do texto “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”, da historiadora estadunidense Joan Scott, é uma contribuição importantíssima.
Em 1986, o termo “gênero” era utilizado majoritariamennte como um sinônimo para “mulher”. O texto de Scott debate a categoria e aponta seu caráter relacional.
No texto, Scott afirma que se há uma “história das mulheres”, é porque há também uma “história dos homens”, ou seja, a demarcação de uma especificidade aponta que há outra perspectiva sendo escondida, digamos assim. Desta forma, gênero se coloca como uma relação de percepção.
Assim, a autora propõe a utilização do termo gênero como uma categoria de análise no campo da história, como uma perspectiva interpretativa que busca olhar para os objetos investigados sob a ótica do gênero. Nascem dessa perspectiva análises que observam por exemplo os papéis femininos e os papéis masculinos em uma determinada sociedade ou ambiente.
O texto de Scott é uma verdadeira revolução acadêmica e instaurou o que se tornaria uma das grandes novas áreas de estudos das ciências humanas e sociais: os estudos de gênero. Ainda hoje, ele continua sendo um dos mais citados do mundo na área.