Pesquisa recente sobre sexualidade no site da Rede Amparo (parte 2)

por: Carolina Salles Carvalho

“Como vai a saúde sexual dos homens e mulheres que vivem com Parkinson no Brasil”. Esse é o tema de um segundo vídeo publicado no site da Rede Amparo mais recentemente. Nele, a Drª. Maria Elisa Pimentel Piemonte apresenta os dados de uma pesquisa realizada pela Rede Amparo com 100 participantes, de modo remoto.

Quem são os participantes? 56% são mulheres e 44% são homens entre brancos, pretos e pardos, com destaque para os participantes do Sudeste, ainda que todas as regiões do país estejam representadas. Quase 80% dos entrevistados são casados. Além disso, quase 60% dos participantes receberam o diagnóstico depois dos 50 anos, idade que delimita o chamado Parkinson tardio.   

De acordo com os dados obtidos, a doença de Parkinson impactou a saúde sexual dos entrevistados, já que a maioria dos entrevistados citou problemas nessa área desde o diagnóstico. Vale pontuar, também, que 99% dos participantes consideraram importante discutir a saúde sexual no decorrer do tratamento com a doença de Parkinson.

Outro ponto interessante é que 49% dos entrevistados relataram que, após o diagnóstico, o médico não informou sobre possíveis manifestações não motoras da doença, o que inclui as disfunções sexuais. De fato, apenas 3% das pessoas foram orientadas nesse sentido. Além disso, 40% das pessoas com Parkinson não sentem abertura para conversar sobre a saúde sexual com os profissionais especialistas em Parkinson que os atendem.

De acordo com os dados, nos trinta dias anteriores à participação na pesquisa, cerca de 60% dos entrevistados relataram dificuldades entre leves e extremas em ter relações sexuais. Além disso,  a maioria dos participantes se sente muito cansada para fazer sexo. Nesse mesmo intervalo de tempo, quase 10% das pessoas relataram não ter ou quase nunca ter desejo sexual e, ainda, em torno de 20% dos homens e mulheres apontaram não conseguir atingir o orgasmo durante a atividade e/ou relação sexual.

Um outro ponto a ser ressaltado é que a idade não interfere no nível de satisfação com a saúde sexual em pessoas com a doença de Parkinson. Além disso, o tempo do diagnóstico também não interfere no nível de satisfação sexual, sendo um tema importante independentemente do tempo que a pessoa vive com a doença.

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